terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Vias de administração de drogas

Bom, depois de um longo tempo sem publicar nada, resolvi voltar de forma mais ativa ao blog.

No primeiro post, vimos alguns conceitos básicos que são necessários para compreendermos melhor os tópicos a seguir.

Hoje falaremos sobre as vias de administração de drogas, mais especificamente da via enteral e parenteral, veremos as vantagens e desvantagens da utilização de cada uma delas.

Mas afinal, o que é via de administração? De uma maneira simples podemos dizer que é o caminho pelo qual a droga é colocada em contato com o organismo.

- Via Enteral: O caminho é o trato gastrointestinal. (Oral, sublingual e retal)


- Via parenteral: Fora do trato gastrointestinal. (Intravenosa, intra muscular e subcutânea).

 VIA ENTERAL

Via oral de administração:

Vantagens: Apresenta grande área de administração (microvilosidades); esquemas terapêuticos de fácil execução; diversas formas farmacêuticas; segurança na administração e econômico.
Desvantagens: Passível de irritação (ex: AINES -> diclofenacos de sódio e potássio); alguns medicamentos não podem ser ingeridos com alimentos pois podem ter sua biodisponibilidade reduzida (ex: alendronato); pH ( ácido no estômago e menos ácido no intestino); Patologias que afetam o trato gastrointestinal podem alterar a absorção de drogas. ex: diarréia e diabetes;

Formas farmacêuticas normalmente utilizadas: Sólidas e líquidas.

cont. amanhã

sábado, 31 de julho de 2010

PRINCÍPIOS BÁSICOS DA FARMACOLOGIA






FARMACOLOGIA



A farmacologia como ciência nasceu em meados do século XIX, baseada mais em estudos de experimentação do que em dogmas.

Mas afinal, o que é Farmacologia?

A palavra Farmacologia tem origem grega (Farmakon = drogas e logos = estudo). A farmacologia é o estudo dos efeitos de uma substância química sobre a função dos sistemas biológicos. Na verdade a farmacologia é uma disciplina fundamentalmente dependente da interação droga/organismo.


FARMACOCINÉTICA x FARMACODINÂMICA

Essa ciência estuda os fármacos por dois principais aspectos: Farmacocinética e Farmacodinâmica.

A Farmacocinética pode ser definida como a velocidade com que determinado fármaco atinge o sítio de ação e os fatores que afetam e alteram as concentrações deste fármaco neste sítio . De forma grosseira é o que o organismo faz com a droga.

A Farmacodinâmica é definida como o mecanismo de ação das drogas, ou seja, o que a droga faz com o organismo.


CONCEITOS BÁSICOS

Antes de nos aprofundarmos especificamente nesses dois aspectos nos posts seguintes, neste primeiro post vamos nos ater basicamente a definir certos termos da linguagem médica e farmacêutica que usaremos no decorrer dos estudos.

Droga, fármaco, remédio e medicamento são termos utilizados com o mesmo significado por profissionais da saúde mas afinal, realmente são sinônimos?

Vejamos:

Droga: Qualquer substância que promova alterações benéficas ou não para o organismo, não importando sua origem.




Fármaco: substância de estrutura conhecida que promove alterações ou modifique funções biológicas.


Medicamento: Substância química ou conjunto delas que promovam, em condições adequadas, efeitos benéficos para o organismo.

Remédio: qualquer procedimento, medicamentoso ou não, que promova benefício ao usuário.

Além desses termos, outros termos utilizados comumente na farmacologia serão explicados a seguir:

Tóxico: substância que promova efeitos lesivos,mesmo em pequenas quantidades, não importando sua origem.

DL (Dose letal): dose necessária da substância para matar determinada porcentagem da população. Ex: DL50 = dose necessária para matar 50% da população de animais em um teste.

DE (Dose Efetiva): dose necessária da substância para produzir determinada intensidade de efeito em uma porcentagem da população. Ex: DE50 - Dose necessária para produzir determinada intensidade de efeito em 50% de uma população.

Esses dois dados são utilizados para definir o índice terapêutico, que define a margem de segurança de um fármaco. O índice terapêutico é definido pela divisão da DL50 pela DE50. Portanto, quanto menor índice terapêutico, menor é a segurança de um fármaco.


Outros termos utilizados comumente são:

Biodisponibilidade: É a quantidade de droga que atinge o sítio ou local de ação ou seja, é um termo farmacocinético que descreve a velocidade e o grau com que uma substância ativa é absorvida e se torna disponível em seu local de ação.

Bioequivalência: é o termo utilizado quanto uma droga apresenta biodisponibilidade semelhante à de outra droga padrão (as condições para essa determinação devem ser padronizadas). Ps: Um medicamento genérico precisa ter o mesmo príncipio ativo, concentração, forma e biodisponibilidade que o medicamento de referência.

Forma farmacêutica: é a forma final, acabada do medicamento (ex: comprimidos, solução, cápsulas etc). A forma farmacêutica é um campo de estudo da farmacotécnica e tem como objetivos:
- proteger o fármaco contra a ação de sucos digestivos e luz;
- mascarar sabor e odor desagradável do medicamento;
- permitir a administração de uma substância na intimidade do corpo (mucosa) ou na superfície do corpo
-permitir a administração de substâncias solúveis em solventes convencionais (soluções) ou não (suspensões);
- permitir a liberação lenta ou controlada de uma droga;
- permite a administração de quantidades exatas;
- facilita a administração, entre outros.



Pró-droga: Substância que só apresentará atividade farmacológica após ser transformada no interior do organismo. ex1: Enalapril (IECA) 
                 ex2: Pivampicilina - Devido a sua maior molaridade quando comparado a Ampicilina, é mais fácilmente absorvida no intestino, sendo posteriormente convertida em Ampicilina (sua forma ativa) no sangue pela enzima esterase.